Resident Evil Revelations 2 – Continuação?

Essa semana que passou vi uma imagem divulgada em vários blogs sugerindo uma possível continuação de Resident Evil Revelations para o Nintendo 3DS, videogame em que o título foi originalmente lançado. O mesmo boato sugeria que o título pode vir a ser lançado para o console ainda no ano de 2013 e assim como seu antecessor, vir a ser lançado para os demais consoles após um ano de seu lançamento original. Mas após ler a notícia, eu me perguntei: vale mesmo a pena uma continuação para esse jogo?
Bom, vou fazer uma breve análise sobre Resident Evil Revelations. Gostaria de lembrar que essa é minha análise pessoal após terminar o jogo e alcançar o lvl35 no Raide Mode.
Em primeiro lugar, vamos considerar os recursos que faltaram no jogo no Modo Campanha. Veja bem, se o jogo é focado em ranks por fase, assim como todos os jogos mais novos da Capcom, deveria haver uma tabela onde você pudesse ver seus ranks off-line, o que não existe no jogo. Além disso, deveria ser possível escolher a fase para simplesmente poder ir melhorar o rank depois, sem ter de passar por todo o modo campanha de novo, pois em Resident Evil Revelations terminar o jogo duas vezes parar habilitar a Rocket Launcher infinita já é cansativo demais e o Modo Campanha acaba ficando exaustivo e esquecido. Para habilitar a Rocket Launcher infinita é necessário terminar na dificuldade Infernal, a dificuldade que é habilitada após terminar o jogo uma vez. A ironia é que após terminar na dificuldade Infernal a Rocket Launcher é habilitada, mas o jogo não oferece dificuldades maiores, então pra que essa arma, afinal de contas, se depois de estar enjoado do Modo Campanha não vai mais se jogar nele mesmo? Se houvesse uma opção de escolher fases após o game ser terminado e ver a tabela de ranks que fez off-line ao menos poderia ir pelas fases que não conquistou um rank S para melhorar esses ranks, assim a Rocket Launcher teria alguma real serventia no jogo.
Outra falha do Modo Campanha é o fato de não haver co-op nesse modo. Uma falha clara, pois o modo Campanha é jogado por duplas, onde o jogador controla um personagem e o computador controla o outro. O personagem controlado pelo computador não atrapalha, mas não ajuda em nada também. Além disso, não é possível de se mexer no inventário do parceiro, ou seja, a munição dele é infinita, mas ele usa as armas que quer, como e quando quer também. Pra mim isso fica parecendo uma falha, como se a proposta da Capcom fosse poder jogar em modo co-op no Modo Campanha, assim como em RE5/6 e no final algo não saiu como planejado, mas mantiveram o parceiro apenas controlado pelo computador no jogo. Outro detalhe é que nunca se pode escolher qual personagem controlar nas duplas do Modo Campanha, ou seja, o jogador controla Jill Valentine (com Parker e Chris como parceiros dependendo da fase), Parker Luciani (com Jessica Sherawat de parceira), Chris Redfield (com Jessica Sherawat de parceira e Keith (com Quint como parceiro). O jogo seria bem mais interessante se o jogador pudesse escolher qual dos dois personagens ele gostaria de controlar, mesmo se isso fosse habilitado após terminar o jogo, assim como em Resident Evil 5.
O atrativo de Resident Evil Revelations certamente foi o Raide Mode, onde é possível comprar armas, escolher as fases após tê-las passado e o personagem adquire pontos de experiência ao concluir as fases e com isso sobe de lvl, desbloqueando armas e diversos outros personagens e trajes para os personagens principais do jogo. Além disso, pode-se comprar diversos itens, armas, ervas, munição e up-grades para as armas em uma lojinha com os pontos adquiridos nas fases. Imagino que se ambos os modos fossem fundidos, ou seja, se no Modo Campanha após terminar as fases pudesse escolhê-las novamente para repetir a qualquer momento simplesmente para melhorar os ranks, se os personagens subissem de lvl (mesmo se não habilitasse os outros personagens do game nesse modo, o que não faria sentido no Modo Campanha, mas o lvl valesse para os protagonistas), se houvesse uma lojinha para se comprar itens e up-grades (como em Resident Evil 5) e por fim, houvesse o “perdido” modo cooperativo na Campanha, com essas modificações o jogo seria muito bom.
A dificuldade do jogo ficou na mira dos olhares daqueles que buscam desafios, como os níveis Profissional e Sem Esperança de Resident Evil 6, pois o jogo mesmo na dificuldade Infernal está mais pra Cordeirinho. Como se não bastasse os heróis contarem com uma super esquiva, capaz de evitar facilmente o dano físico causado pela maiorias do inimigos (corra do inimigos com habilidades de apresamento apenas), as armas podem ser equipadas e no Modo Campanha elas ficam extremamente poderosas, humilhando os inimigos mais fortes, mesmo na última dificuldade disponível. Quando o jogo ainda estava por ser lançado ele era bastante comparado aos clássicos e uma das coisas que muitos imaginaram fora sobre o quesito desafio, mas daí quando se está com o jogo em mãos se enfrenta dez Hunters de uma vez, derrubando-os com o poder de fogo das escopetas, esquivando-se de seus saltos e ataques de garras e causando danos críticos monstruosos atirando em suas cabeças com qualquer tipo de arma.
Em se tratando da história, Resident Evil Revelations foi, na minha opinião, o que mais se distanciou do tema e da história que o título passava em tempos passados. Os novos inimigos, Ooze, não lembram os zumbis dos jogos clássicos e não lembram os BOWs do jogos mais atuais e no quesito criatividade eles são bem menos úteis ou perigosos que os J’avos de Resident Evil 6. Dentro da história os personagens fazem comentários se recordando de Raccoon, mas o enredo não lembra a extinta cidade onde tudo começou. Os vilões, seja Norman ou Morgan, não tem o mesmo carisma de Willian Birkin, morrendo nas profundezas de Raccoon ou do lendário Albert Wesker, sendo exterminado por Chris e Sheva dentro de um vulcão.
A movimentação robótica dos personagens foi outro ponto a se avaliar. No Nintendo 3DS, em uma pequena telinha eles eram soberbos, mas nas telonas de PC’s e monitores em Full HD dos consoles eles pareciam o C3PO andando se comparados aos movimentos dos protagonistas de Resident Evil 6, um game feito pensando no que ele seria nas telonas. Analisando esse ponto eu me pergunto: se Resident Evil Revelations foi transferido do Nintendo 3DS tão fielmente aos consoles da nova geração que ficou inferior visualmente falando aos seus “irmãos” recentes, como ficaria a transição de Resident Evil Revelations para o PS4 e X-Box One? Dá medo de se pensar nessa hipótese com base no que já vimos.
Outro ponto que pode ser considerado é como teria ficado o jogo se ao invés de ter seus detalhes melhorados para parecer HD nos consoles da próxima geração ele tivesse realmente sido refeito. Imaginem se Resident Evil Revelations tivesse sido feito com os gráficos de Resident Evil 6, mas mantendo suas características intactas, apenas colocando as sombras, luzes, expressões, enquadramentos e movimentação dignas dos novos consoles. O jogo teria o mesmo brilho do console menor, mas ganharia muito mais, incluindo um clima mais sombrio e tenso.
Por fim, acredito que a trama iniciada em Resident Evil Revelations poderia ser concluída em um possível Resident Evil 7, justificando que os eventos do passado, antes de Resident Evil 5, estariam voltando à tona com uma nova ameaça após os eventos de Resident Evil 6 e isso geraria a história do novo jogo. Como Resident Evil Revelations não se parece com nenhum outro, a não ser pelo som e algumas portas, corredores e cômodos que lembram a mansão do primeiro jogo da série, eu o considero quase um simples spin-off da franquia. Concluí-lo em Resident Evil 7 o colocaria completamente dentro da história principal da saga, mas concluí-lo em outro jogo que é uma continuação do próprio apenas faz dele “mais um jogo da linha Resident Evil”. Além disso, eu me pergunto, em que parte da linha do tempo essa nova história irá acontecer? Se Resident Evil Revelations ocorre após Resident Evil 4 e antes de Resident Evil 5, esse aconteceria em que parte da cronologia da saga? Pois se ele antes de Resident Evil 5 novamente (uma continuação direta), seriam acontecimentos demais para os personagens não se lembrarem nas histórias seguintes (depois de todo esse sofrimento, Chris nem menciona nada sobre em Resident Evil 5 nem no Resident Evil 6? Como isso? Ele sofre de Alzheimer?). E colocá-lo após os recentes apenas me faz retornar a pergunta: por que não finalizar essa trama em Resident Evil 7?
Acho que com diversas melhorias, muitíssimas mudanças e quem sabe muita sorte Resident Evil Revelations 2 possa vir a ser um novo título da franquia que talvez até conquiste seu lugar no hall da fama da franquia como Resident Evil 2 e Resident Evil 5 (os mais vendidos entre todos os títulos), mas tenho grandes dúvidas de que isso venha a acontecer. É aguardar para ver o resultado final. Se for para trazer outro jogo com conteúdo “mais do mesmo”, espero que essa notícia não passe de mais um boato.



Créditos do Artigo: Dan Yukari